Meta interrompe contratações em IA após investimentos milionários, aponta jornal

 

Meta interrompe contratações em IA após investimentos milionários, aponta jornal

A Meta, gigante da tecnologia liderada por Mark Zuckerberg, congelou as contratações em sua divisão de inteligência artificial (IA), mesmo após ter protagonizado uma das maiores caçadas por talentos do setor neste ano.

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A decisão, segundo fontes ouvidas pelo Wall Street Journal, ocorre após meses de investimentos bilionários em profissionais de elite da área e em meio a uma ampla reestruturação interna da empresa.

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Meta impõe pausa na corrida por talentos

Meta whatsapp
Imagem: mundissima / shutterstock.com

A suspensão das contratações atinge diretamente a divisão de IA da empresa e foi implementada na última semana, sem prazo definido para ser revertida.

Internamente, a decisão pegou funcionários de surpresa e proibiu também mudanças internas de equipe dentro da unidade de inteligência artificial. A medida visa conter os gastos após um período de grandes aportes em pessoal altamente qualificado.

Exceções sob forte controle

Ainda que a pausa nas admissões seja generalizada, há margem para exceções. No entanto, estas exigem autorização direta de Alexandr Wang, atual chefe de IA da Meta, e cofundador da Scale AI.

A centralização das decisões evidencia o grau de controle e seletividade que a empresa pretende manter nos próximos movimentos da área.

Reestruturação interna reflete mudança estratégica

Com a reorganização, a Meta dividiu sua atuação em IA em quatro frentes distintas, todas agora abrigadas sob um novo guarda-chuva organizacional: o Meta Superintelligence Labs.

O nome reflete a ambição do CEO Mark Zuckerberg de liderar o desenvolvimento de tecnologias que superem a inteligência humana em tarefas cognitivas.

As quatro frentes da inteligência artificial da Meta

  • Superinteligência: A principal frente da reorganização, que abriga a maioria dos novos contratados e foca em desenvolver sistemas com capacidades cognitivas avançadas.
  • Produtos de IA: Voltada para aplicações práticas da IA no ecossistema Meta, como Instagram, Facebook, WhatsApp e o metaverso.
  • Infraestrutura: Responsável por sustentar a arquitetura tecnológica necessária para o desenvolvimento e execução de modelos de IA em larga escala.
  • Projetos exploratórios: Uma equipe dedicada a pesquisas de longo prazo e inovações ainda distantes da aplicação comercial, mantida quase intacta na reestruturação.

Contratações milionárias marcaram a ofensiva da Meta em IA

Entre abril e agosto de 2025, a Meta realizou uma ofensiva agressiva para atrair talentos de alto calibre, oferecendo pacotes de remuneração que, segundo o Wall Street Journal, chegaram à casa dos US$ 100 milhões por pessoa, incluindo ações e bônus.

Mark Zuckerberg entrou pessoalmente na disputa

Zuckerberg teria se envolvido diretamente na tentativa de recrutamento de especialistas, enviando mensagens por e-mail e até WhatsApp para funcionários da OpenAI, Google DeepMind e outras empresas concorrentes. A Meta conseguiu atrair:

  • Mais de 20 pesquisadores e engenheiros da OpenAI
  • Pelo menos 13 profissionais do Google
  • 3 da Apple
  • 3 da xAI (empresa de Elon Musk)
  • 2 da Anthropic

No total, mais de 50 novos funcionários foram contratados nesse período, muitos deles com papéis-chave em suas antigas companhias.

Oferta bilionária pela Scale AI

Um dos casos mais emblemáticos foi a contratação de Alexandr Wang, com quem a Meta negociou a compra de uma participação na Scale AI avaliada em US$ 14 bilhões, selando sua entrada como chefe da divisão de IA.

Crescimento acelerado levanta alertas no mercado

Apesar da expansão agressiva, analistas do setor começaram a levantar preocupações sobre a sustentabilidade dos investimentos da Meta.

As principais dúvidas dizem respeito aos custos de compensação baseados em ações, que vêm crescendo rapidamente e podem impactar os retornos dos acionistas no médio e longo prazo.

Risco aos acionistas?

A Meta já é uma das big techs com maior valorização de mercado, mas seus gastos acelerados em talentos e infraestrutura colocam em xeque sua margem operacional.

O cenário é observado com cautela por investidores e especialistas do setor financeiro, que temem um possível descompasso entre os investimentos realizados e a monetização efetiva da tecnologia.

Porta-voz nega crise e defende estratégia de planejamento

Em comunicado à agência Reuters, a empresa negou que o congelamento seja um sinal de crise ou retração. Segundo a Meta, a decisão faz parte de um processo normal de organização estratégica após a entrada de muitos novos profissionais.

“Tudo o que está acontecendo aqui é um planejamento organizacional básico: criar uma estrutura sólida para nossos novos esforços de superinteligência após trazer pessoas a bordo e realizar exercícios anuais de orçamento e planejamento”, disse um porta-voz.

O que está por trás da obsessão pela IA?

A disputa entre as big techs por talentos em inteligência artificial se intensificou após o sucesso de modelos generativos como o ChatGPT e os avanços de empresas como OpenAI, Google e Anthropic.

O próprio Mark Zuckerberg tem afirmado que a IA será o “motor do futuro da tecnologia”, apostando que os avanços nessa área definirão o próximo grande salto da computação.

Meta quer liderar corrida pela superinteligência

Zuckerberg tem declarado publicamente seu interesse em desenvolver sistemas de superinteligência artificial geral (AGI), ou seja, modelos capazes de raciocinar de forma ampla, adaptativa e criativa, de maneira similar — ou superior — ao ser humano.

A criação do Meta Superintelligence Labs é vista como uma resposta direta às iniciativas da OpenAI, que já trabalha com essa hipótese, e da xAI, de Elon Musk, cujo objetivo declarado também é a construção de AGIs seguras e éticas.

Impactos da pausa no mercado de tecnologia

Um novo momento para a guerra por talentos?

A interrupção das contratações pela Meta pode indicar um recuo estratégico no ritmo da disputa por profissionais de IA. Outras empresas podem interpretar a decisão como uma oportunidade para reforçar suas equipes ou, ao contrário, seguir uma tendência de maior cautela.

Reflexo no ecossistema de startups

Muitos dos talentos contratados pela Meta vieram de startups de IA, o que causou preocupações sobre a capacidade dessas pequenas empresas de reter seus principais nomes. Com a pausa, o mercado pode voltar a respirar, equilibrando momentaneamente a balança de forças entre big techs e startups.

O que esperar da Meta nos próximos meses

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Imagem: Sergei Elagin / Shutterstock

Apesar do congelamento temporário de admissões, a Meta segue firme em seu propósito de liderar a revolução da inteligência artificial. As novas equipes já estão em operação, e analistas esperam que a empresa apresente resultados concretos a partir de 2026.

Enquanto isso, a comunidade tecnológica acompanha atentamente os próximos passos de Zuckerberg e seu laboratório de superinteligência, que pode moldar o futuro da IA de maneira irreversível.

Conclusão

A suspensão de contratações na divisão de IA da Meta marca uma nova fase de amadurecimento estratégico da empresa, que busca consolidar sua posição após investimentos históricos no setor.

Com uma estrutura robusta, lideranças de peso e ambições declaradas de criar superinteligência artificial, a Meta está no centro de uma corrida tecnológica que promete redefinir os limites do possível.

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