YouTube, Instagram e Facebook sob prazo para eliminar posts sobre vapes

 

YouTube, Instagram e Facebook sob prazo para eliminar posts sobre vapes

Governo federal dá 48 horas para YouTube, Instagram, Facebook e outras plataformas removerem conteúdos sobre cigarros eletrônicos e vapes.

governo federal intensificou a fiscalização no ambiente digital e deu prazo de 48 horas para que YouTube, Facebook, Instagram, Mercado Livre e outras plataformas de e-commerce removam conteúdos relacionados a dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), como cigarros eletrônicos, pods e vapes. A determinação foi emitida pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e aos Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), órgão vinculado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

O Brasil mantém a proibição de comercialização, distribuição e propaganda desses produtos, reforçada pela Resolução da Anvisa nº 855/2024. Ainda assim, milhares de anúncios e publicações continuam circulando nas redes sociais e em marketplaces, o que levou o governo a adotar novas medidas coercitivas.

O que muda para as plataformas digitais

plataformas A imagem mostra um vape (cigarro eletrônico).
Imagem: doodleroy/ pixabay

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Esses documentos devem incluir:

  • Registros das publicações removidas;
  • Contas bloqueadas;
  • Métricas de moderação;
  • Novos mecanismos de prevenção e controle.

O objetivo é impedir a recorrência dos anúncios ilegais, reforçar mecanismos de geocompliance (adequação às normas brasileiras) e adotar políticas de desmonetização.

YouTube é questionado sobre restrição etária

Um dos pontos centrais da notificação foi dirigido ao YouTube, que havia alegado que vídeos sobre cigarros eletrônicos poderiam permanecer disponíveis se estivessem restritos a maiores de 18 anos.

Assim, mesmo que os vídeos estejam limitados a maiores de idade, a permanência de conteúdos que promovam DEFs será considerada irregular.

O que diz a legislação brasileira

A norma impede a:

  • Fabricação;
  • Importação;
  • Comercialização;
  • Distribuição;
  • Armazenamento;
  • Transporte;
  • Propaganda de DEFs.

Além disso, a Lei nº 9.294/1996 estabelece restrições à propaganda de produtos relacionados ao tabaco, com o objetivo de reduzir a iniciação e proteger a saúde pública.

Impactos para consumidores e sociedade

Especialistas em saúde pública alertam que os cigarros eletrônicos, apesar de muitas vezes apresentados como alternativa “menos nociva” ao cigarro tradicional, trazem riscos comprovados. O uso está associado a doenças respiratórias, cardiovasculares e dependência de nicotina em jovens.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada real arrecadado com a venda de tabaco, o Brasil gasta cerca de cinco reais com doenças relacionadas.

A responsabilidade das big techs

A cobrança agora recai sobre gigantes como Meta (Instagram e Facebook)Google (YouTube) e Mercado Livre, que precisarão investir em mecanismos mais robustos de moderação e em filtros adaptados à legislação brasileira.

Essas empresas já enfrentam pressões semelhantes em outros países, especialmente na União Europeia e nos Estados Unidos, onde há legislações específicas sobre o impacto do tabaco eletrônico na juventude.

Perspectivas e próximos passos

Aliciamento
Imagem: Twin Design / Shutterstock.com

Caso as plataformas não apresentem relatórios satisfatórios ou permitam a recorrência dos conteúdos, o governo poderá aplicar multas e encaminhar processos às autoridades competentes.

A medida também abre caminho para cooperação internacional, com o objetivo de alinhar políticas de controle de produtos ilegais em plataformas globais.

Segundo Wadih Damous, a prioridade é “garantir que a internet não seja espaço de violação da lei”.

FAQ – Perguntas frequentes

1. O que são DEFs?
São dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarros eletrônicos, pods ou vapes.

2. A venda de cigarros eletrônicos é legal no Brasil?
Não. Desde 2009, a Anvisa proíbe a fabricação, a importação, a comercialização e a propaganda desses produtos.

3. Qual o prazo para as plataformas removerem os conteúdos?
As empresas notificadas têm 48 horas para excluir conteúdos e anúncios relacionados a DEFs.

4. O que acontece se as plataformas não cumprirem a determinação?
Podem sofrer sanções administrativas e encaminhamento às autoridades competentes, além de multas.

Considerações finais

A ofensiva do governo contra cigarros eletrônicos nas redes sociais e marketplaces representa um marco na regulação digital brasileira.

Ao responsabilizar as plataformas, o governo busca não apenas reduzir a exposição da população a riscos de saúde, mas também estabelecer precedentes na luta contra a pirataria digital e no cumprimento das leis nacionais no ambiente on-line.

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